Alviceleste Revista Lápiz, n. 200, Madri. 2004 Adolfo Montejo Navas A um certo ritual estético correspondem as performances de Marcia X, em simbiose com instalações que têm nome prõprio mas que são acionadas com a presença da artista. Alviceleste não sõ cumpre estas expectativas, como incorpora um papel de medium entre um exclusivo gesto e seus resultados, antes, durante e depois. Entre o céu e a terra, ao redor de uma vintena de funis de vidro, suspendidos do teto, mantém no ar um azul anil (quase Klein). O gesto da artista de encher e esvaziar diferentes funis, a cadencia pausada da ação, seu silêncio, remetem a uma concentração semi-estática, quase hipnõtica, que descansa seu foro interno na forma de cruzar tempo e espaço, azul e branco. De fato, a aliada “religiosidade” da artista aqui não se encaminha para a crítica, e sim para uma sintonia mais espiritual. Se nossa vida se esvazia e se preenche a toda hora, é função da arte registrar essa passagem, tão notõria em Alviceleste. |